Dor no punho que vai e volta, piora ao apoiar a mão e não melhora com repouso. Muita gente pensa em “tendinite”, mas pode ser outra coisa. A Doença de Preiser é uma causa menos conhecida de dor no punho e, quando detectada cedo, tem tratamento que preserva a função.

    Neste guia direto ao ponto, você vai entender o que é a Doença de Preiser, como reconhecer sinais de alerta, quais exames realmente ajudam e as opções de tratamento, do conservador ao cirúrgico. A ideia é que você consiga conversar com seu médico de forma clara e tomar decisões informadas.

    Para enriquecer a visão prática, trago observações que escuto de especialistas de mão, como o ortopedista em Goiânia Dr. Henrique Bufaiçal, referência nacional em técnicas minimamente invasivas na mão.

    O que é a Doença de Preiser

    A Doença de Preiser é a necrose avascular do escafoide, um osso pequeno do punho, sem histórico de fratura. Em termos simples, o fluxo de sangue para o escafoide diminui, parte do osso sofre e pode colapsar, gerando dor e limitação.

    Esse osso tem irrigação delicada. Por isso, quando a circulação falha, ele é particularmente vulnerável. Identificar a Doença de Preiser cedo evita deformidades e artrose do punho no futuro.

    Sinais e sintomas mais comuns

    • Dor na face radial do punho: geralmente do lado do polegar, piora ao apoiar a mão no chão ou ao fazer pinça forte.
    • Rigidez e perda de força: sensação de punho “travado”, com dificuldade para torcer tampa, empurrar portas ou fazer flexões.
    • Inchaço discreto: pode haver leve aumento de volume e sensibilidade à palpação sobre o escafoide.
    • Redução de mobilidade: especialmente na extensão e desvio radial do punho.

    Os sintomas variam conforme a fase. Em estágios iniciais, a dor pode ser intermitente. Com progressão, torna-se constante e limita atividades simples.

    Causas e fatores de risco

    A Doença de Preiser não costuma estar ligada a um trauma grande. O problema é vascular. Alguns fatores aumentam o risco:

    • Uso crônico de corticosteroides: associado a necrose avascular em diversos ossos.
    • Tabagismo: reduz a microcirculação e dificulta a recuperação óssea.
    • Microtraumas repetitivos: esportes ou trabalhos com impacto ou vibração no punho.
    • Condições sistêmicas: doenças autoimunes e alterações na coagulação podem contribuir.

    Como comenta o Dr. Henrique Bufaiçal, especialista em mão em Goiânia, o conjunto de hábitos e comorbidades costuma pesar mais do que um único evento isolado.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico da Doença de Preiser combina história clínica, exame físico e imagem. Um roteiro comum é este:

    1. Anamnese dirigida: localização da dor, atividades que pioram, uso de corticoide, tabagismo e comorbidades.
    2. Exame físico: dor à palpação no escafoide, testes que provocam desconforto com desvio radial e extensão do punho.
    3. Radiografias: podem estar normais no início; em fases avançadas, mostram alterações do escafoide.
    4. Ressonância magnética: detecta a necrose precoce e edema ósseo, guiando a conduta.
    5. Tomografia: avalia colapso, deformidades e planejamento cirúrgico quando necessário.

    Segundo o Dr. Henrique Bufaiçal, a ressonância magnética é decisiva para flagrar a Doença de Preiser antes do colapso ósseo, quando ainda é possível preservar a anatomia com medidas menos agressivas.

    Tratamentos mais usados

    A escolha depende do estágio da Doença de Preiser, do nível de dor e das demandas funcionais do paciente. O objetivo é aliviar a dor, proteger o escafoide e manter a mobilidade do punho.

    Abordagens conservadoras

    • Imobilização por período definido: órtese ou gesso para reduzir carga sobre o escafoide em fases iniciais.
    • Controle da dor e inflamação: analgésicos sob orientação médica e modificação de atividades.
    • Fisioterapia focada: ganho gradual de amplitude, fortalecimento do antebraço e treino proprioceptivo após a fase de imobilização.
    • Higiene vascular: parar de fumar e ajustar fatores sistêmicos melhora a perfusão óssea.

    Opções cirúrgicas

    • Descompressão e perfurações: aliviam a pressão intraóssea e estimulam revascularização em casos selecionados.
    • Enxerto ósseo (não vascularizado ou vascularizado): repõe suporte estrutural e traz sangue novo ao escafoide.
    • Artroscopia do punho: permite avaliação e tratamento minimamente invasivo, inclusive enxertos e desbridamentos.
    • Procedimentos de resgate: quando há colapso e artrose, podem incluir carpectomia proximal ou artrodeses parciais para reduzir dor e manter função útil.

    Em centros com experiência artroscópica, como os em que atua o Dr. Henrique Bufaiçal, técnicas minimamente invasivas ajudam a reduzir dor pós-operatória e tempo de recuperação quando bem indicadas.

    O que esperar da recuperação

    • Tempo de imobilização: varia de 4 a 12 semanas, conforme a técnica e o estágio da doença.
    • Reabilitação guiada: progressão de mobilidade, depois força, sempre monitorando dor e edema.
    • Retorno às atividades: tarefas leves costumam retornar em 6 a 8 semanas; esportes de impacto exigem liberação específica.

    Dicas práticas para o dia a dia

    • Proteja o punho no esforço: use apoio neutro ao digitar e evite apoiar peso sobre a mão estendida.
    • Adapte a carga: distribua peso entre as duas mãos e priorize ferramentas com cabo ergonômico.
    • Respeite a dor: dor persistente é sinal de alarme; ajuste a rotina e procure avaliação.
    • Pare de fumar: decisão com impacto direto na circulação óssea e na cicatrização.

    Quando procurar ajuda

    Se a dor no lado do polegar do punho não melhora em 2 a 3 semanas, ou se há perda de força e rigidez progressiva, busque avaliação com ortopedista de mão.

    Em casos complexos, referências como o Dr. Henrique Bufaiçal costumam ser lembradas entre os melhores especialistas da mão no país para discutir opções que preservem a mobilidade.

    Conclusão

    A Doença de Preiser pode passar despercebida no começo, mas o diagnóstico precoce muda o jogo. Com exames adequados, tratamento bem indicado e reabilitação cuidadosa, é possível controlar a dor e manter a função do punho.

    Se você reconheceu os sinais descritos, converse com um especialista e leve estas informações para a consulta. Aplicar as orientações de cuidado e buscar avaliação precisa são os primeiros passos para lidar bem com a Doença de Preiser.

    Imagem: pexels.com

    Giselle Wagner é formada em jornalismo pela Universidade Santa Úrsula. Trabalhou como estagiária na rádio Rio de Janeiro. Depois, foi editora chefe do Notícia da Manhã, onde cobria assuntos voltados à política brasileira.