Descubra as técnicas e os marcos históricos que explicam quando os filmes começaram a ser coloridos e como isso mudou o cinema.

    Quando os filmes começaram a ser coloridos a pergunta esconde uma história longa, cheia de experimentos e soluções criativas.

    Se você já se perguntou por que alguns filmes antigos são parcialmente coloridos ou pintados à mão, este artigo vai explicar passo a passo como o cinema saiu do preto e branco para o colorido. Vou mostrar os processos técnicos, as datas-chave e exemplos práticos que ajudam a entender essa transição.

    Os primeiros passos: pintura à mão e tintura

    A resposta curta sobre quando os filmes começaram a ser coloridos passa pelos primeiros experimentos do final do século 19.

    Antes de existir fotografia em cores direta, cineastas coloriam cada fotograma à mão. Era um trabalho artesanal e caro.

    Além da pintura manual, surgiram técnicas de tintura que aplicavam cores uniformes a cenas inteiras, como “azul” para cenas noturnas. Isso já trazia emoção visual sem precisar de processos fotográficos complexos.

    As primeiras tecnologias mecânicas e eletrônicas

    O próximo salto foi usar sistemas que separavam cores ou simulavam cor com duas camadas. Esses processos foram as primeiras tentativas técnicas verdadeiras.

    Em 1908, o Kinemacolor começou a ser exibido comercialmente. Ele usava um método de duas cores para criar a ilusão de cor nas telas.

    Embora limitado — tons de verde e vermelho eram mais representados do que azuis — o Kinemacolor comprovou que públicos aceitam filmes coloridos e que havia demanda para aprimorar a técnica.

    Technicolor e o salto qualitativo

    A marca que mais associamos ao auge do colorido é a Technicolor. Ela desenvolveu várias versões, cada uma melhor que a anterior.

    Os primeiros processos Technicolor eram de duas cores, similares ao Kinemacolor. O grande avanço veio com o processo de três filmes, o chamado three-strip.

    Em 1932, o curta animado “Flowers and Trees” foi o primeiro a usar plenamente o three-strip, e isso abriu caminho para longas.

    O primeiro longa-metragem em três filmes amplamente reconhecido foi “Becky Sharp” em 1935. Depois, em 1939, filmes como “O Mágico de Oz” e “E o Vento Levou” consolidaram o colorido como padrão para produções grandes.

    Como os processos funcionavam (explicação técnica simples)

    Existem duas famílias básicas de processos: aditivos e subtrativos. Vou explicar em uma linguagem direta.

    Processos aditivos combinavam luzes coloridas (por exemplo verde e vermelho) para formar a cor final na projeção.

    Já os processos subtrativos misturavam corantes aplicados ao filme para obter o resultado final. O three-strip Technicolor usava três filmes que capturavam separadamente vermelho, verde e azul, e depois combinava tudo.

    O resultado subtrativo foi mais fiel às cores reais e mais estável nas cópias, por isso tornou-se padrão em estúdios que queriam alta qualidade.

    Quando a transição se tornou massiva?

    A adoção completa não aconteceu de uma hora para outra. Mesmo com o three-strip nos anos 30, muitos filmes de baixo orçamento continuaram em preto e branco por razões de custo.

    Após a Segunda Guerra, a produção em cor acelerou. Nas décadas de 50 e 60, o público já esperava ver cor na tela grande. A televisão em cores também pressionou esse movimento.

    Na prática, podemos dizer que o grande ponto de virada para a maioria das produções foi entre as décadas de 1950 e 1960, quando custos e tecnologia permitiram uso amplo do colorido.

    Impacto artístico e comercial

    O colorido mudou a narrativa visual. Diretores passaram a usar cor para criar atmosferas, simbolismos e contrastes emocionais.

    Produções de gêneros como musical e fantasia adotaram o colorido rapidamente porque ele ampliava o apelo visual.

    Do ponto de vista comercial, filmes em cores atraíam mais público e justificavam orçamentos maiores, reforçando a transição técnica.

    Linha do tempo resumida

    1. Final do século 19: pintura à mão e tintura de cenas.
    2. Início do século 20: processos mecânicos e stencil com comercialização por grandes estúdios.
    3. 1908: Kinemacolor ganha exibições comerciais.
    4. 1917: primeiras versões da Technicolor aparecem.
    5. 1932 a 1935: three-strip Technicolor e primeiros curtas e longas de destaque.
    6. 1950–1960: adoção em massa e consolidação do colorido como padrão.

    Exemplos práticos para ver e comparar

    Quer observar a evolução com os próprios olhos? Compare três tipos de obras:

    1) Um filme do começo do século 20 com cenas pintadas à mão. Note a textura artesanal das cores.

    2) Um curta ou longa em Kinemacolor ou processo similar. Repare na limitação de tons, principalmente azuis.

    3) Um filme em three-strip Technicolor dos anos 30 ou 40. Observe a saturação e a fidelidade das cores.

    Hoje, muitos clássicos estão restaurados e disponíveis em plataformas modernas. Se você quiser testar qualidade de transmissão e ver filmes coloridos em diferentes aparelhos, pode testar com IPTV gratuito para comparar como cores e contrastes são exibidos em fluxos digitais.

    Dicas rápidas para quem estuda cinema

    Se você pesquisa história do cinema, siga estas dicas práticas para entender melhor a transição para o colorido.

    Assista a filmes em contexto cronológico. Isso revela como a técnica influenciou a estética.

    Leia sobre processos técnicos (aditivo vs subtrativo). Entender a física por trás ajuda a identificar limitações e avanços.

    Visite arquivos e restaurações. Restauradores explicam por que algumas cópias perdem cor e como a restauração devolve tons originais.

    Conclusão

    Quando os filmes começaram a ser coloridos é uma história de experimentos, inovação técnica e mudança de gosto do público, que vai do trabalho manual do século 19 até o three-strip e a adoção em massa após meados do século 20.

    Se você quiser ver na prática, compare obras de diferentes épocas, estude processos técnicos e aplique as dicas acima para reconhecer o que cada método trazia de diferente. Saiba mais sobre quando os filmes começaram a ser coloridos e comece a aplicar essas observações nas suas sessões de cinema em casa.

    Giselle Wagner é formada em jornalismo pela Universidade Santa Úrsula. Trabalhou como estagiária na rádio Rio de Janeiro. Depois, foi editora chefe do Notícia da Manhã, onde cobria assuntos voltados à política brasileira.