Você já sentiu um cansaço tão grande, tanto físico quanto mental, que descansar no final de semana não foi suficiente? Se isso acontece com frequência, é hora de prestar atenção: pode ser mais do que só exaustão. Esses podem ser sinais de uma possível síndrome chamada Burnout.

    O que é a síndrome de burnout?

    A síndrome de Burnout, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é resultado de estresse prolongado no trabalho que não foi enfrentado de maneira correta. Não se trata de uma doença mental, mas sim de um fenômeno relacionado ao ambiente profissional.

    Na Classificação Internacional de Doenças (ICD-11), existem três aspectos principais que caracterizam o Burnout:

    1. Exaustão ou cansaço extremo.
    2. Cínico ou afastamento emocional do trabalho.
    3. Redução da eficácia profissional.

    Quais são os primeiros sinais de burnout?

    Os primeiros sinais do Burnout podem ser sutis, mas tendem a persistir e se agravar. Fique atenta a:

    1. Cansaço intenso, mesmo após noites de sono.
    2. Perda de motivação ou a impressão de que nada faz sentido.
    3. Irritabilidade ou falta de interesse pelo trabalho.
    4. Dificuldade de concentração e tomada de decisões.
    5. Insônia ou sono que não renova as energias.
    6. Dores frequentes no corpo, como cefaleias e dores musculares.
    7. Isolamento social, mesmo quando está com outras pessoas do trabalho.

    Esses sintomas muitas vezes aparecem quando o estresse no trabalho não é interrompido e não há suporte emocional adequado.

    Burnout no trabalho: o que mais conta?

    Embora o Burnout possa afetar qualquer profissão, pesquisas mostram que áreas como saúde, educação, jornalismo e atendimento ao cliente estão entre as mais impactadas. Nesses setores, a pressão é alta, as jornadas são longas e há pouco reconhecimento.

    Quem mais sofre com isso?

    É importante destacar que qualquer área do trabalho pode ser afetada pelo Burnout. Estudos recentes mostraram que profissionais de tecnologia, vendas e áreas bancárias também estão enfrentando essa síndrome. Veja alguns dados:

    1. Um estudo apontou que 47,5% dos trabalhadores de TI no Brasil estão em estado completo de Burnout, o maior índice registrado entre os setores analisados.
    2. 43,1% desses profissionais relatam sintomas claros de esgotamento emocional, mesmo não apresentando todos os critérios da síndrome.
    3. Pesquisas internacionais indicam que dois em cada cinco profissionais de tecnologia podem desenvolver Burnout. Eles lidam com pressões fortes por produtividade, prazos apertados e necessidade de inovação. Aproximadamente 75% deles sentem-se sobrecarregados diariamente.
    4. No setor de vendas, mais de 95% dos profissionais enfrentam um risco elevado de Burnout devido à pressão por metas e concorrência interna.

    Esses dados demonstram que a síndrome não é restrita a setores tradicionais. Ambientes intensos, metas agressivas e o uso excessivo de tecnologia contribuem para a sua ocorrência.

    No Brasil, a ISMA-BR (International Stress Management Association) estima que 37% dos trabalhadores enfrentam Burnout, o que representa mais de 35 milhões de pessoas, colocando o país na segunda posição mundial em termos de incidência, atrás apenas do Japão.

    Como identificar os sinais de alerta mais graves

    Quando os sinais de Burnout se tornam mais intensos, é essencial agir:

    1. Os sintomas ocorrem várias vezes na semana.
    2. A qualidade do sono piora, e nada parece ajudar.
    3. A produtividade diminui e até tarefas simples se tornam difíceis.
    4. Aparecem sintomas físicos sem explicação médica.
    5. As relações com colegas se tornam insustentáveis.

    Esses sinais indicam que o Burnout pode estar se intensificando, e é importante buscar apoio o quanto antes.

    O que fazer ao perceber os sinais de burnout

    Aqui estão alguns passos para ajudá-lo a buscar recuperação:

    1. Procure ajuda profissional: Pode ser um psicólogo, um psiquiatra ou um médico especialista em saúde ocupacional.
    2. Converse com seu gestor ou o departamento de recursos humanos sobre a carga de trabalho e o ritmo de suas atividades, quando possível.
    3. Estabeleça limites: Faça pausas durante o dia e tente desconectar-se do trabalho após o expediente.
    4. Adote hábitos de autocuidado: Exercite-se regularmente, mantenha um sono saudável e experimente técnicas de relaxamento, como mindfulness.

    A chave mais eficaz para combater o Burnout é identificar os sintomas logo e procurar ajuda, seja dentro do seu trabalho ou fora dele.

    Conclusão

    Reconhecer os sinais de Burnout é fundamental para evitar um esgotamento ainda mais sério. Essa síndrome não afeta apenas o desempenho no trabalho, mas também o bem-estar físico e emocional da pessoa. Sentir-se cansado é normal, mas normalizar o cansaço constante não é.

    Preste atenção nos sinais de alerta e busque ajuda com calma e cuidado. É possível recuperar o equilíbrio, e respeitar os próprios limites importa muito na busca por uma vida profissional mais saudável.

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