O Brasil está tentando se juntar ao clube net zero, mas ativistas denunciaram sua promessa como sem sentido enquanto o desmatamento aumenta sob o presidente Bolsonaro
O Brasil anunciou que visará a neutralidade de carbono até 2060, provocando raiva entre os ativistas que dizem que a promessa não tem sentido e uma distração deliberada da destruição da floresta amazônica pelo presidente Jair Bolsonaro.
O Brasil revelou a meta “indicativa” em um submissão atualizada à ONU na quarta-feira, mas não combinou com o aumento da ambição na próxima década. As metas de redução de emissões em 37% até 2025 e 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005, permanecem inalteradas. O Brasil é o quinto maior emissor do mundo e desmatamento é sua maior fonte de emissõesde acordo com o Climate Action Tracker.
“O Brasil anuncia uma meta climática insuficiente e imoral”, disse a rede de ONGs Climate Observatory em um comunicado. declaração. “[The 2030 target] nos levaria a um mundo cerca de 3°C mais quente se todos os países tivessem a mesma ambição.”
Enquanto outros grandes emissores, como Japão e Coreia do Sul, aumentaram sua ambição climática nos últimos meses adotando metas líquidas zero para 2050, o Brasil não conseguiu adiar a ação até 2060 e não estabelecer metas provisórias ambiciosas, disse o Climate Observatory. “O mundo mudou, mas os objetivos do Brasil não.”
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Para cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris, o Observatório do Clima disse que o Brasil deve reduzir suas emissões em 81% até 2030, em comparação com os níveis de 2005, e estabelecer uma meta líquida zero para 2050.
Sob o governo de Bolsonaro, o desmatamento da floresta amazônica atingiu um recorde de 12 anos. No mês passado, a agência espacial do Brasil informou que entre agosto de 2019 e julho de 2020, 6.890 milhas quadradas de floresta tropical foram destruídas, um aumento de 9,5% em relação ao ano anterior.
Sob o Acordo de Paris, o Brasil anteriormente comprometidos a reprimir todo o desmatamento ilegal até 2030 e restaurar 12 milhões de hectares de florestas. A última apresentação não reiterou essa promessa nem usou a palavra “desmatamento”. Em 2019, no primeiro ano completo de mandato de Bolsonaro, houve uma 34% de aumento no desmatamento.
ambientalista brasileiro Carlos Rittl tuitou: “Se a democracia do Brasil sobreviver… o governo de Bolsonaro até 2060, as florestas brasileiras não.”
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Em seu novo plano climático, o Brasil disse que usaria créditos de carbono para atingir sua meta de 2060 e que, a partir de 2021, exigiria “pelo menos US$ 10 bilhões por ano para enfrentar os inúmeros desafios que enfrenta”. O Climate Observatory descreveu essa condição como “mais uma tentativa de chantagear os países ricos”.
“Isso soa como uma mensagem ultrajante de ‘sem dinheiro, sem florestas’ que teria zero chances de sucesso”, disse Rittl, que trabalha no Instituto Alemão de Estudos Avançados de Sustentabilidade.
O Brasil pediu que as negociações sobre um novo mercado internacional de carbono sejam resolvidas com urgência, dizendo que as metas de Paris seriam “seriamente comprometidas” de outra forma.
No ano passado, uma coalizão de 31 países disse que regras do mercado de carbono perseguidas pelo Brasil fez o Meta de temperatura de 1,5°C do Acordo de Paris inatingível. O Brasil recuou contra as regras que impedem a dupla contagem de reduções de emissões e quer continuar negociando créditos de carbono que se enquadram no antigo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da era de Kyoto em um novo mercado de carbono estabelecido sob o Acordo de Paris.
Especialistas dizem que essa medida corre o risco de inundar o mercado com créditos de carbono sem valor e prejudicar os esforços globais para reduzir as emissões.
Este artigo foi atualizado em 12/10 para esclarecer que a nova submissão não mencionava desmatamento.