Ninguém consegue negar o impacto da pandemia no modelo de negócio dos restaurantes. Afinal de contas, basta olhar os números para ver que os estabelecimentos que não se adaptaram, faliram ou fecham sem previsão de retorno enquanto o novo coronavírus segue pelo país. De acordo com o levantamento mais recente, só na cidade de São Paulo foram 12 mil bares e restaurantes que faliram por causa da crise. No estado todo, foram 50 mil empresas fechadas (20% de todos os estabelecimentos do segmento) e 400 mil funcionários demitidos.

    Portanto, o risco de não se adaptar e mudar de modelo de negócios é muito alto. Não é à toa, portanto, que surgiram tantos restaurantes com delivery e tantas outras alterações significativas foram feitas para as empresas que querem continuar existindo e trabalhando com sucesso em uma das áreas mais importantes da nossa economia, que é o setor de alimentação.

    Você sabe qual foi o impacto da pandemia no modelo de negócio dos restaurantes? Se não, siga a leitura para aprender!

    Qual foi o impacto da pandemia no modelo de negócio dos restaurantes?

    O impacto da pandemia no modelo de negócios dos restaurantes foi significativo. Basta ver os dados acima para perceber que esse foi, provavelmente, o maior evento do século para o setor de alimentação. Infelizmente, em um tom negativo.

    Muitas coisas mudaram no segmento, a começar pela presença de restaurantes com delivery no mercado nacional. Praticamente nenhum estabelecimento sem entrega via aplicativos específicos ou generalistas (como o Rappi ou outros) sobreviveu à crise.

    Isso porque, com o lockdown, só deu para vender via delivery e drive-thru. Quem não tinha essas opções, ficou sem faturar. Na prática, portanto, o resultado foi uma espécie de “seleção natural” do mercado: ou se adapta e assume o delivery ou fica de fora.

    Essa modificação do delivery, além das próprias restrições da pandemia, geraram mudanças no fluxo de trabalho interno das empresas. Além de ter de adotar rotinas básicas para o delivery, os restaurantes e bares precisaram adotar medidas de segurança contra  a Covid-19, incluindo higienização do seu espaço, uso de EPIs específicas e mais.

    Além do fluxo interno, quem foi alterado também foi o atendimento aos clientes. Para começar, foi necessário estabelecer novas regras para os salões dos restaurantes, incluindo maior distância entre as mesas, ventilação adequada e mais ações. Além disso, a própria relação entre os garçons e clientes foi modificada para reduzir ao máximo o contato e os riscos de contaminação.

    Outro fator que causou um impacto no segmento, apesar de forma mais indireta, foi o aumento do dólar em relação ao real. Com a pandemia, o mercado de investidores ficou mais receoso e direcionou seu dinheiro para aplicações mais seguras, como títulos do mercado americano.

    A retirada de dinheiro do mercado nacional gerou uma desvalorização do real perante o dólar. Na prática, isso afeta muitas coisas, mas no setor de restaurantes está direcionado a um aumento no custo dos estabelecimentos. Por exemplo, a carne de vaca, frango e porco ficou mais cara, assim como o trigo para massas e muito mais. Portanto, restaurante, churrascaria e bares precisaram aprender como controlar melhor os custos de cada prato e encontrar uma boa relação entre repassar esse aumento para os clientes e evitar reduzir a demanda pelo prato ter ficado muito caro.

    Por fim, todos esses cenários criaram a necessidade de alterações no cardápio dos restaurantes. Por um lado, há menos recursos disponíveis. A pandemia afetou a logística de produção global de alimentos de todos os tipos. Na prática, isso causa um “gargalo” de produtos disponíveis para os restaurantes.

    Por outro lado, há menor demanda do mercado e necessidade de ser mais eficiente na sua produção. Portanto, não dá para “desperdiçar” dinheiro com ingredientes que não serão usados com frequência.

    Além disso, a própria lógica do delivery dá menos espaço para cardápios longos. Restaurantes com muitos itens dentro dos apps de entrega tendem a não ter resultados tão bons quanto aqueles que são mais concisos, focados em combos ou especializados em uma única área.

    Isso levou a uma reformulação contínua dos cardápios dos restaurantes para que eles possam se adequar melhor à nova era, com menos desperdício financeiro e maior eficácia na hora de receber pedidos dos clientes.

    Pronto! Agora que você já sabe o impacto da pandemia no modelo de negócio dos restaurantes, pode usar essa informação como for mais importante para você. Caso queira entrar no setor ou já seja empresário da área e queira se adaptar, o melhor a fazer é entender as mudanças e criar um modelo de negócios que seja mais adaptado para as condições da pandemia. Na prática, isso vai se manter por muito tempo? Sim. Mesmo que a pandemia acabe amanhã, muitas das alterações permanecerão por muito tempo em nossa economia.

    E aí, o que achou desse novo cenário para bares, restaurantes e lanchonetes? Comente abaixo!

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    Giselle Wagner é formada em jornalismo pela Universidade Santa Úrsula. Trabalhou como estagiária na rádio Rio de Janeiro. Depois, foi editora chefe do Notícia da Manhã, onde cobria assuntos voltados à política brasileira.